A seis meses da Conferência do Clima de Belém, pesquisadores
A seis meses da Conferência do Clima de Belém, pesquisadores já analisam o impacto do megaevento na capital paraense. Olga Lucia Castreghini de Freitas, coordenadora de um projeto de pesquisa sobre a COP 30, destaca que a organização do evento apresenta tanto aspectos positivos quanto negativos. “O que mais nos preocupa é a falta de mecanismos de controle social e de participação”, afirma.
O Mercado Ver-o-Peso, um dos ícones de Belém, está passando por restaurações em preparação para a COP 30. A cidade está recebendo diversas obras para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que, embora complicam o cotidiano local, prometem transformar a capital do Pará. O projeto de pesquisa intitulado “COP 30: oportunidades de transformações urbanas e desafios para a participação e controle social”, coordenado pela professora Olga Lucia Castreghini de Freitas, do programa de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Pará (UFPA), busca analisar criticamente os impactos do evento.
A expectativa era de que, por se tratar de um encontro “não comercial” focado na emergência climática e realizado na Amazônia, a organização fosse “diferente e inovadora”. No entanto, os preparativos da COP 30 têm repetido erros do passado, frustrando essas expectativas.
Muitas das obras, especialmente de saneamento, eram necessárias e estavam paradas há anos, mas agora foram viabilizadas com recursos do BNDES e Itaipu Binacional para a realização da COP. “Belém enfrenta uma carência estrutural e histórica em relação a obras, especialmente de saneamento. A COP tem potencializado a liberação de investimentos para projetos de macrodrenagem, o que é um ponto positivo”, observa a professora.
A restauração de pontos turísticos, como o Mercado Ver-o-Peso, também é vista como um aspecto positivo da realização do evento. Contudo, a urgência em concluir as obras a tempo da COP 30, programada para ocorrer de 10 a 21 de novembro, tem levado a um ritmo acelerado de trabalho, atropelando processos desejáveis como transparência e sustentabilidade.
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